sábado, 12 de março de 2011

Trichomonas Vaginalis


     Habita o trato geniturinário do homem e da mulher, onde produz infecção. É um organismo anaeróbico facultativo, cresce em temperaturas entre 20°C e 40°C, em PH entre 5 e 7,5.
     A tricomonose é uma doença venérea, o microorganismo é transmitido através da relação sexual e pode sobreviver por mais de uma semana no prepúcio do homem sadio, após o coito com a mulher infectada.
     O homem é o vetor da doença, quando ejacula, os tricomonas presentes na mucosa da uretra são levados à vagina pelo esperma. Atualmente admiti-se que a transmissão não sexual é incomum, pois foi demonstrado que o flagelado sobrevive por períodos muito curtos em assentos de vasos sanitários, roupas, água de banho, de artigos de toalete, de instrumentos ginecológicos contaminados, etc. Isso ocorre devido à sensibilidade do tricomonadídeo a mudanças físico-químicas (por exemplo, PH, temperatura, tensão de oxigênio e força iônica).
     Apresentando alta especificidade de localização, este é capaz de produzir infecção somente no trato urogenital humano.
     Na mulher o T. Vaginalis infecta principalmente a mucosa do epitélio do trato genital, sendo que em mulheres adultas a exocérvix é suscetível ao ataque do protozoário, mas raramente os organismos são encontrados na endocérvix.
     A infecção vaginal provoca uma vaginite que se caracteriza por um corrimento vaginal fluido abundante de cor amarelo-esverdeada, bolhoso, de odor fétido, mais frequentemente nos períodos pós-menstruais.      Vulva, o perino e áreas cutâneas podem estar avermelhados e edematosos.
     No homem é comumente assintomática, apresenta uretrite com fluxo leitoso, desconforto ao urinar (ardência), pode causar complicações como: cistite, prostatite e epididimite.

 
  

sexta-feira, 4 de março de 2011

Giardia Lamblia

     A Giardia Lamblia apresenta duas formas: O trofozoíto e o cisto.

    A via normal de infecção do homem é ingestão de cistos. Após a ingestão o desencistamento é iniciado no meio ácido do estômago e completado no duodeno e jejuno, onde ocorre a colonização do intestino delgado pelos trofozoítos.
     O trofozoíto apresenta uma estrutura semelhante a uma ventosa, que é conhecida por várias denominações: disco ventral, adesivo ou suctorial.
     No interior do trofozoíto, e localizado na sua parte frontal, são encontrados dois núcleos, este parasito ainda possui quatro pares de flagelos.
     O disco é uma importante estrutura para adesão do parasito à mucosa intestinal. A observação de proteínas contráteis no disco sugeriu a seguinte hipótese: Essas proteínas estariam envolvidas na modulação da forma e diâmetro do disco que através de movimentos de contração e relaxamento, permite a adesão e o desprendimento do torfozoíto na mucosa.
     A sintomatologia da Giardíase varia desde indivíduos assintomáticos até pacientes sintomáticos que podem apresentar um quadro de diarréia aguda e autolimitada, ou um quadro de diarréia persistente com evidência de má-absorção e perda de peso (mesmo em pacientes imunocompetentes), isso  ocorre devido adesão de varia giardias ao intestino, criando um isolamento entre os alimentos e aparelho intestinal que é responsável pela absorção de nutrientes(atapetamento).
     Indivíduos não imunes (primoinfecção) apresentam diarréia aquosa, explosiva, de odor fétido, acompanhada de gases  com distensão e dores abdominais. Essa forma aguda  dura poucos dias, apesar da infecção ser autolimitante indivíduos sadios  podem desenvolver a forma crônica com complicações associadas a má absorção de gorduras e nutrientes.
     Os trofozoítos aderidos ao epitélio intestinal podem romper e distorcer as microvilosidades do lado que o disco adesivo entra em contato com a membrana da célula (alterações morfológicas da mucosa prejudicam a absorção), também é obsevado processos inflamatórios desencadeados pelo parasito, havendo um aumento de linfócitos intra-epiteliais antes mesmo de aparecer alterações das vilosidades.
     Anticorpos e IgG, IgM e IgA anti-Giardia tem sido detectados no soro de indivíduos com giardíase. Evidências sugerem que IgA diminua a capacidade de adesão do trofozoíto à superfície do epitélio intestinal.
     A IgE se liga aos mastócitos, presentes na superfície da mucosa provocando a desgranulação dessas células e liberação de varias substancias desencadeando uma reação anafilática local que provoca edema da mucosa e contração de seus músculos lisos levando a um aumento da motilidade  do intestino.
     O ciclo se completa pelo encistamento do parasito e sua eliminação para o meio exterior.
 Figura monstrando um cisto e um trofozoíto.